29/06/2021

Bolsonaristas insistem com voto impresso mesmo com resistência de parte da base do governo Bolsonaristas insistem com voto impresso mesmo com resistência de parte da base do governo





Mesmo com a resistência de vários presidentes de partidos da base do governo, o grupo mais bolsonarista da Câmara insiste na adoção do voto impresso nas eleições de 2022. O deputado Filipe Barros (PSL-PR) apresentou seu relatório a favor desse sistema de votação na comissão especial nesta segunda feira. Como se trata de uma emenda à Constituição são necessários 308 votos no plenário da casa para que seja aprovado. E em dois turnos.

Com muitas críticas ao TSE, Barros afirmou que a urna usada hoje o país está ultrapassada, é de uma primeira geração. O tipo de voto que pretende adotar consiste na expedição de uma cédula onde vai impresso os números dos candidatos escolhidos pelo eleitor. Ele garante que não há risco de quebrar o sigilo do nome do eleitor, que não irá aparecer. Esse voto impresso é conferido então pelo eleitor, que não toca no papel, e segue para uma urna específica.

— Não há contato físico, só visual com o papel. E esse voto não será violável, evidente. O que propomos é uma auditagem confiável — disse Filipe Barros.

O relator afirmou que seu texto não prevê o percentual dos votos no país que serão impressos em 2022, caso a proposta seja aprovada. Ele inseriu no texto que das cerca de 500 mil urnas eletrônicas do país, 250 mil - a metade — estão aptas a receberem uma impressora, que iria acoplada.

— Coloquei esse número, que pode ser um início de debate, que foi o que nos passou o TSE.  Mas não tem previsão alguma de escalonamento ou algo assim. Estamos abertos ao diálogo — afirmou.

A reunião virtual de onze presidente de partidos no último sábado, na qual fecharam posição contrária à adoção do voto impresso, gerou incômodo a bolsonaristas da comissão. Nesse encontro, participaram dirigentes de legendas que integram a base do governo, caso do senador Ciro Nogueira (PP) e Valdemar da Costa Netto (PL).

A autora do projeto do voto impresso, Bia Kicis (PSL-DF) se irritou com esse movimento contra a sua proposta.

Redação com O Globo