29/05/2021

PANDEMIA. Fiocruz perdeu 2 milhões e meio de reais em voo frustrado para buscar vacinas na Índia PANDEMIA. Fiocruz perdeu 2 milhões e meio de reais em voo frustrado para buscar vacinas na Índia





A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) perdeu cerca de R$ 2,5 milhões (US$ 500 mil) em um voo frustrado que iria à Índia em janeiro. A meta era buscar 2 milhões de doses prontas da vacina de Oxford/Astrazeneca contra a Covid. A viagem foi cancelada pela fabricante Serum Institute of India quando a operação já estava montada, após o fracasso nas negociações dos ministérios da Saúde e das Relações Exteriores.

O valor daria para comprar 90 mil doses prontas da vacina importada do país asiático, que custa US$ 5,25 a unidade, cerca de R$ 27,40.

A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, deverá depor na CPI da Covid do Senado no dia 8 de junho. Ela foi convocada a falar a pedido do presidente do grupo, senador Omar Aziz (PSD – AM), e de Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

Aziz justificou o pedido afirmando que o depoimento de Nísia permitirá elucidar questões relacionadas à parceria com a Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca para a produção da vacina no Brasil.

Em resposta à Folha de S. Paulo, a fundação afirmou que a contratação foi solicitada pelo Ministério da Saúde e viabilizada por meio da Fiotec (instituto de pesquisas vinculado à Fiocruz), que usou recursos públicos para o pagamento.

A fundação também disse que teve de pagar antecipadamente o valor do contrato com a empresa que iria fretar o voo a Mumbai, a DMS Agenciamento de Cargas e Logística.

O órgão explicou que é praxe do mercado que os contratos de fretamento estabeleçam pagamento adiantado e reserva prévia, sem possibilidade de reembolso.

“Todos os contratos de fretamento no mercado estabelecem pagamento adiantado e reserva prévia, sem possibilidade de reembolso. Portanto, o valor investido nessa operação, de US$ 500 mil, não pode ser recuperado”, afirmou.

O Ministério da Saúde também contratou um avião da empresa aérea Azul para realizar o mesmo serviço. A partida estava prevista a partir de 14 de janeiro.

A aeronave saiu de Viracopos, em Campinas (SP), para o Recife, de onde seguiria viagem. Também chegou a ser adesivada com o logotipo da pasta e exibida nas redes sociais do órgão, no pátio do aeroporto.

O governo vinha tentando antecipar desde dezembro a entrega do lote. O imunizante também será produzido totalmente pela Fiocruz, mas o contrato de transferência tecnológica está atrasado desde o fim de 2020.

Redação com Agência Folha