23/11/2020

Pela primeira vez, brasileira vai presidir tribunal da ONU Pela primeira vez, brasileira vai presidir tribunal da ONU






Essa Côrte tem como atribuição julgar, em 2ª instância, causas trabalhistas e administrativas envolvendo funcionários e colaboradores da entidade


No final de 2015, a juíza Martha Halfeld de Mendonça Schmidt, da 3.ª Vara do Trabalho de Juiz de Fora, em Minas Gerais, cruzou com o que ela chamou de um “golpe de sorte”: navegando pelo Facebook, deparou-se com o anúncio de quatro vagas no Tribunal de Apelações da ONU (Organização das Nações Unidas). Passados cinco anos, Martha está prestes a ser a primeira brasileira a assumir a presidência da corte internacional.

Depois de descobrir, pela internet, que poderia se candidatar para atuar no tribunal da ONU, a magistrada lembra de que precisou correr para mandar sua inscrição. “Foi pelo perfil de um juiz colega meu que era diretor na Associação dos Magistrados Brasileiros (que soube das vagas)”, recordou. “Fui conferir no site e era aquilo mesmo. Só que as inscrições fechavam em três dias. Foi uma loucura.”

Com uma bagagem de quase duas décadas na magistratura e experiências de mestrado e doutorado na França, Martha foi a candidata mais votada na Assembleia-Geral da ONU e se tornou, em novembro daquele ano, a primeira brasileira a ocupar uma das sete cadeiras na Côrte. Para isso, além das provas e entrevistas costurou uma articulação política com apoio do Itamaraty, do então presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Ricardo Lewandowski, e de outros nomes de tribunais superiores e do Executivo. Associações de magistrados e personalidades do mundo jurídico também apoiaram sua candidatura.

Martha faz parte da Corte há cinco anos

O mandado de Martha como presidente começa em 1º de janeiro de 2021 e vale por um ano. “Na presidência, quero tentar honrar essa tradição brasileira de boa diplomacia, com respeitabilidade honestidade e boa-fé”, disse a magistrada.

Redação com R-7