29/07/2020

Saiba quais são os próximos ministros a deixar o STF Saiba quais são os próximos ministros a deixar o STF





Até o final de seu mandato, em 2022, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) poderá indicar dois ministros para o STF (Supremo Tribunal Federal), alterando consideravelmente o perfil da côrte constitucional do país — isso se não houver nenhuma morte ou algum ministro resolver adiantar sua aposentadoria.

O primeiro a se despedir será o decano Celso de Mello, em 1º novembro deste ano, quando completa 75 anos e se aposentará compulsoriamente. Em 12 de julho de 2021 é a vez de Marco Aurélio Mello, que também alcançará a idade limite para o serviço público.  

Ambos são considerados juízes garantistas, que prezam pelo direito de defesa dos réus e a prevalência do que está escrito na Constituição sobre eventuais novidades legislativas ou pressões populares. Um contraste em relação ao perfil punitivista que deve ser a tendência a ser adotada por Bolsonaro, defensor do endurecimento da legislação penal. 

Respeitado entre seus pares por sua erudição jurídica e histórica, Celso de Mello integra o STF desde 17 de agosto de 1989, indicado por José Sarney. É autor de votos como o que criminalizou a homofobia, liberou pesquisas com células-tronco, o que considerou legítimas manifestações como a Marcha da Maconha, ou impediu a prisão em segunda instância.  

Discreto e avesso a eventos sociais, Celso de Mello prefere se manifestar por escrito quando vê o STF envolvido em alguma polêmica. Foi assim quando classificou de “golpista e inconsequente” uma fala do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, que disse que bastaria um cabo e um soldado para fechar a côrte. Ainda, chamou de “atrevimento presidencial” o compartilhamento de um vídeo (depois apagado) por Bolsonaro que comparava o tribunal a uma hiena. 

Ministro Marco Aurélio durante sessão do STF em 19.dez.2020

Mais falante, Marco Aurélio raramente recusa um pedido de entrevista. Foi indicado pelo presidente Fernando Collor de Mello, de quem é primo, e tomou posse em 13 de junho de 1990. Sob sua presidência, o STF implantou em 2002 a TV Justiça, que garantiu a transmissão ao vivo dos julgamentos do Plenário — e mudou para sempre a relação da sociedade com a côrte, cada dia mais exposta.

A indicação de ministros do STF é uma prerrogativa exclusiva do presidente da República, mas a confirmação do nome cabe ao Senado, que tem o papel de aprovar o escolhido após sabatina diante dos parlamentares. Tradicionalmente, é um processo que ocorre nos bastidores e envolve muita negociação política. 

Redação com CNN/Brasil 



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