01/07/2020

PREOCUPANTE: Maioria dos diretores afirma que professores não estão preparados para volta às aulas PREOCUPANTE: Maioria dos diretores afirma que professores não estão preparados para volta às aulas





A maioria dos diretores de escolas brasileiras avalia que os professores não estão preparados para a volta às aulas presenciais, que foram interrompidas pela pandemia do novo coronavírus.

Para 57,6% dos diretores de escolas públicas e particulares, as equipes não estão prontas para retomar as atividades presenciais por causa da infraestrutura das unidades, da defasagem de aprendizado pelo ensino remoto, da adaptação às novas regras de isolamento e dos impactos emocionais da quarentena.

Os dados são de pesquisa feita pela Nova Escola com 9.500 professores —367 deles gestores escolares — da educação básica (da educação infantil ao ensino médio) de todos os estados brasileiros.

Ainda com avanço de casos de coronavírus no país, os estados estudam a retomada das aulas presenciais. Nenhum deles estabeleceu um prazo fixo, mas professores e pais dizem não sentir segurança para a volta. Pesquisa do instituto Datafolha mostrou que 76% da população acham que as escolas devem continuar fechadas nos próximos dois meses.

Segundo a pesquisa, 30% dos professores consideram que o ensino remoto está sendo péssimo ou ruim e 33%, razoável. Além disso, 44,9% deles dizem que poucos alunos estão acompanhando as atividades a distância.

Os dados ainda mostram a diferença entre as redes e etapas de ensino. Enquanto na rede privada 59% dos docentes dizem registrar a participação da maioria de seus alunos nas aulas remotas, na rede pública o número cai para 32%.

Nos anos iniciais do fundamental (do 1º ao 5º ano), 47% dos professores dizem que a maioria acompanha as aulas. Nos anos finais (do 6º ao 9º ano) e no ensino médio, o índice cai para 38%. A menor participação é na educação infantil, de 28%.

A pesquisa mostra que os professores se sentem pouco preparados para lidar com os traumas que os alunos podem ter vivido durante a pandemia, como a morte de familiares, o desemprego dos pais e violência doméstica. Os desafios também são vividos pelos docentes.

Os dados mostram que 28% dos professores avaliam que sua saúde mental está péssima ou ruim durante a pandemia. Uma pesquisa feita pelo Instituto Península também mostrou que 55,2% dos docentes gostariam de receber apoio psicológico para auxiliar os alunos.

Em alguns estados, como em São Paulo, Ceará, Rio de Janeiro e Bahia, sindicatos de docentes já anunciaram que poderão fazer greve caso tenham que retornar às escolas sem que se sintam seguros com os protocolos de saúde. Eles também cobram ações do Ministério da Educação para apoiar financeiramente estado e municípios a preparar as unidades para a volta dos alunos.

Redação com Agência Folha