14/04/2020

Brasileiro foi visitar filho e neto,e morreu de Covid-19 em Londres Brasileiro foi visitar filho e neto,e morreu de Covid-19 em Londres





Paranaense Wanderley Barros, de 62 anos, saiu de Londrina em 10 de março para passar férias com o filho no Reino Unido


"Meu amor, você foi a Londres para fazer turismo pela cidade, não pelos hospitais. Reage! Estamos com saudade."

O apelo da esposa do paranaense Wanderley Barros, de 62 anos, foi publicado no Facebook uma semana antes de o marido se tornar, na madrugada de domingo (12), a vítima brasileira mais recente do novo coronavírus na capital britânica.

Ao lado da irmã, ele havia saído de Londrina (PR) no dia 10 de março para passar férias ao lado do filho e do neto, que vivem em Londres há quase 4 anos.

Até aquele dia, o Reino Unido tinha 6 mortes e 382 casos confirmados da doença. Pouco mais de um mês depois, até o fechamento desta reportagem, o país registra 11.329 mortes e 88,6 mil casos.

Dias depois do desembarque, entre passeios em mercados de rua e visitas a pontos turísticos da cidade, Barros e pelo menos outros quatro membros da família de brasileiros começaram a notar sinais comuns da covid-19, como febre, tosse, perda de olfato e paladar.

Na madrugada de 24 de março, dia seguinte à assinatura de um decreto que fechou boa parte do comércio, restringiu reuniões públicas e impôs isolamento em todo o Reino Unido, a família decidiu chamar uma ambulância "por precaução".

Diferente dos parentes, Barros tinha febre alta, dificuldade de respirar e foi imediatamente internado.

Assim que foi internado, ele foi entubado, sedado e ficou no aparelho de respiração. Como não existe medicamento ainda, eles continham como podiam, mas o vírus foi se alastrando. O fígado dele foi parando, o rim foi parando. Ele teve que fazer hemodiálise, filtrar o sangue, que estava muito ácido. O pulmão ficou carregado de líquido e de sangue,disse o filho.Ele não resistiu.

Barros faria 63 anos no próximo dia 22. O empresário paranaense enquadra-se, tecnicamente, no principal grupo de risco da doença, já que tinha o que médicos classificam como "condição de saúde pré-existente".

Redação com Época