09/04/2020

Diretor-geral da OMS diz ter sofrido ataques racistas e ameaças de morte Diretor-geral da OMS diz ter sofrido ataques racistas e ameaças de morte





O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, revelou nesta quarta-feira (8) que nos últimos três meses, período durante o qual a entidade tem liderado o combate global ao novo coronavírus, recebeu ameaças de morte e ataques de diversos tipos, incluindo de conotação racista.

“Há três meses tenho sofrido ataques pessoais, alguns racistas, e, para ser honesto, estou orgulhoso de minha cor. Recebi até ameaças de morte, mas não me importo. Porque me importaria de ser atacado se as pessoas estão morrendo? Estamos perdendo vidas a cada minuto”, disse o dirigente etíope.

Microbiologista e ex-ministro da Saúde e das Relações Exteriores do país natal, o chefe da OMS afirmou que um dos primeiros ataques veio de Taiwan, e que o governo, no auge da crise do coronavírus na Ásia, não se distanciou dessas intimidações.

Em entrevista coletiva virtual e acompanhado por dois dirigentes que coordenam a resposta da OMS à pandemia, o diretor-geral declarou que, embora não dê atenção aos ataques, sente grande tristeza quando estes são dirigidos contra o povo ou o continente africano.

“Quando é pessoal, não me importo, não sou melhor do que ninguém, mas quando toda uma comunidade é insultada, não posso tolerar isso”, pontuou em tom tranquilo.

Tedros Adhanom acrescentou que a OMS “não faz política” e que a sua missão é “cuidar dos pobres e vulneráveis” nestes tempos em que o mundo inteiro está envolvido na crise provocada pelo novo coronavírus.

Redação com Agência EFE