04/12/2019

TSE aprova uso de assinaturas eletrônicas para a criação de partidos políticos TSE aprova uso de assinaturas eletrônicas para a criação de partidos políticos





A maioria entendeu, no entanto, que a modalidade só será aceita depois que o TSE regulamentar a questão


O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou na noite desta terça-feira (3), por quatro votos a três, o uso de assinaturas eletrônicas — em vez de assinaturas manuais — para a criação de partidos políticos no Brasil. A decisão deve impactar o novo partido do presidente Jair Bolsonaro, o Aliança Pelo Brasil.

A maioria entendeu, no entanto, que a modalidade só será aceita depois que o TSE estabelecer regras, ou seja, regulamentar a questão. Atualmente, não existem leis sobre as assinaturas digitais e o TSE não tem capacidade técnica para isso. Dessa forma, permanece incerto se o Aliança pelo Brasil vai conseguir disputar as eleições municipais de 2020.

O julgamento sobre as assinaturas começou na última semana, mas foi suspenso após um pedido de vista (o que significa mais tempo para análise) do ministro Luis Felipe Salomão. A sessão foi retomada nesta terça.

Em seu voto, que serviu de base ao resultado do julgamento, o ministro Luís Roberto Barroso afirmou que o uso das assinaturas só será possível quando for regulamentado pelo TSE.

“É possível a utilização de assinatura eletrônica legalmente válida para criação e apoiamento de partido político, desde que haja prévia regulamentação pelo TSE e desenvolvimento de ferramenta tecnológica para auferir a autenticidade das assinaturas”.

Hoje, a legislação afirma que para um partido político ser criado no Brasil, são necessários 492 mil apoiamentos — 0,5% dos eleitores que votaram na última eleição para deputados federais.

Biometria

Inicialmente, os integrantes do Aliança pelo Brasil cogitaram realizar a coleta de assinaturas de forma eletrônica. Esse mecanismo é expedido pela Receita Federal e por outros órgãos autorizados e estabelece um padrão de chaves criptografadas que funcionam como um “selo”, substituindo a assinatura física.

Entretanto, para validar a assinatura, cada apoiador precisaria comprar um dispositivo, que não sai por menos de R$ 150. Por isso, a advogada e tesoureira do Aliança pelo Brasil, Karina Kufa, disse que o sistema que o partido pretende adotar é o da biometria.

Além disso, ela lembrou que 80% dos eleitores já têm a biometria – que é o sistema utilizado para votar em qualquer eleição –, o que facilitaria o processo.

Redação com JP