26/11/2019

A luta dos sobreviventes do voo da Bahia que ainda estão internados A luta dos sobreviventes do voo da Bahia que ainda estão internados





Alguns se encontram em condições ainda preocupantes e sem previsão de alta


Ainda não cessaram as notícias tristes relacionadas à tragédia ocorrida na tarde do dia 14, véspera do feriado da Proclamação da República, quando três pessoas morreram na queda de um jato executivo na região da Praia de Maraú, no litoral sul da Bahia. O velório e enterro das irmãs Marcela Elias, de 37 anos, e Maysa Mussi, de 27, deixou amigos e parentes em estado de choque, no sábado, 23, em São Paulo. Mais de 200 coroas de flores brancas lotaram o Funeral Home. O silêncio do lugar era apenas interrompido por lágrimas de quem abraçava os pais das únicas filhas do casal Orlando e Jurema Marques. Formou-se fila na calçada do local de gente para prestar solidariedade à família e se despedir das vítimas. Estiveram presentes lá amigos como Marina Ruy Barbosa, Xande Negrão e César Tralli.

Eduardo Elias e Duduzinho, hoje internados, e Marcela, enterrada no sábado: batalha pela vida

Uma das histórias mais emocionantes contadas no velório foi como Eduardo Mussi descobriu a morte de sua mulher, Maysa, com quem havia casado há dois meses. Ao voltar do coma, Mussi, também bastante queimado, foi informado por sua mãe Liliane que sua esposa não resistira às queimaduras. Ele não conteve as lágrimas e a dor acachapante da notícia. Todos presentes na UTI choraram.

No domingo, 24, a lista de vítimas fatais da queda do avião subiu para quatro: o co-piloto Fernando Oliveira Silva, de 26, que estava internado na Bahia em decorrência das queimaduras e da inalação da fumaça tóxica, não resistiu aos ferimentos.

Eduardo Elias e Duduzinho, marido e filho de Marcela Elias respectivamente, não puderam ir ao funeral. Ambos estão internados sem previsão de alta, em São Paulo. O estado de saúde de Elias é bastante delicado. Ele chegou a fazer seis cirurgias para restaurar órgãos e tecidos internos afetados pelas chamas, sobretudo o pulmão. Muitos brônquios foram queimados. O garoto Duduzinho está melhor, consciente, recebendo medicação. Marcelo Constantino, de 26 anos, neto do fundador da companhia aérea Gol, tem passado por um processo de raspagem dos braços para ativar a recomposição de tecidos. Segue internado em São Paulo sem previsão de alta, mas não corre risco. Já receberam alta o piloto Aires Napoleão e Eduardo Mussi.

Na semana passada, o ex-piloto de Stock Car Tuka Rocha foi enterrado no Cemitério do Morumbi. Tuka havia escapado com vida da queda, mas voltou ao avião em chamas para resgatar Duduzinho, que tem 6 anos. Na ocasião, o religioso que celebrou a missa, o reverendo Aldo Quintão, lembrou que a mãe do ex-piloto acompanhou os seus últimos minutos de vida no hospital. Com Tuka entubado e desenganado pela equipe médica, Lívia falou no leito da UTI que ele poderia partir em paz e que sentia muito orgulho do filho. Não teve quem segurasse as lágrimas.

Redação/Veja.com