12/09/2019

Doria critica volta de livros recolhidos: ¨Juízes não podem decidir tudo¨ Doria critica volta de livros recolhidos: ¨Juízes não podem decidir tudo¨





Após a Justiça de São Paulo determinar o retorno obrigatório, em 48 horas, das apostilas recolhidas da rede pública estadual por “apologia à ideologia de gênero”, o governador João Doria (PSDB-SP), que mandou a retirada dos livros das escolas, disse que os juízes “não podem decidir tudo” no Brasil. Ao criticar a decisão da Justiça, ele disse que “não é conservador”, mas que o conteúdo do material era “inaceitável” para uma criança de apenas 12 anos.

“A determinação, aqui, não pode ser judicial, ela tem que ser educacional. Nós não podemos viver num clima, no Brasil, onde os juízes decidam tudo. Nós temos que ter entendimento. Não é possível você imaginar que saúde, educação, transporte, infraestrutura, tudo é o juiz que vai decidir, ou do Tribunal de Justiça ou do Superior Tribunal de Justiça do Supremo. Nós temos que ter capacidade de dialogar e mostrar entendimento, buscar com que as políticas públicas possam ser cumpridas”, declarou, durante uma coletiva de imprensa.

Apesar do pedido de recolhimento, o governador frisou, no entanto, que respeita a diversidade. “Esta página continha informações que contrariam o currículo paulista. Eu não sou conservador e, ao contrário, entendo e respeito a diversidade, mas é inaceitável que, para uma criança de 12 anos, contenha uma informação pública em um sistema de educação dizendo que o sexo será definido ao longo da vida”, disse.

“Ou seja: ela não é nem homem, nem mulher, e ao longo da vida que isso será definido. Eu não consigo compreender isso, seria o mesmo que imaginar que um filho seu não possa ter nome de homem ou de mulher e a decisão sobre isso caberá a ele ao longo da vida, ou a escola que vai ensinar a ele aquilo que ele deve definir para seu próprio sexo”, continuou.

Ao final da entrevista, Doria afirmou que as apostilas não foram destruídas, mas “acertadamente recolhidas”, e que a Secretaria da Educação do Estado vai atuar, na Justiça, pela defesa do currículo paulista.

Redação com JP