21/08/2019

63ª fase da Lava Jato investiga pagamentos de propina a dois ex-ministros 63ª fase da Lava Jato investiga pagamentos de propina a dois ex-ministros





A 63ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Carbonara Chimica, foi deflagrada nesta quarta-feira (21) pela Polícia Federal em cooperação com o Ministério Público Federal.

Cerca de 40 policiais federais cumprem dois mandados de prisão temporária e 11 mandados de busca e apreensão em São Paulo e na Bahia. Os mandados foram expedidos pela 13ª. Vara Federal de Curitiba e têm como objetivo a apuração de crimes de corrupção ativa e passiva, além de lavagem de capitais.

A ação investiga a suspeita de pagamentos periódicos indevidos a dois ex-ministros de Estado por parte de grupo da Odebrecht. Os valores eram contabilizados em uma planilha denominada “Programa Especial Italiano”. Os mandados são contra o ex-executivo da Odebrecht Maurício Ferro e o advogado Nilton Serson.

O nome da operação remete ao fato de que os investigados eram identificados como “Italiano” e “Pós-Itália”, havendo ainda correlação com a atividade desenvolvida por uma das empresas envolvida no esquema. Segundo depoimento de Marcelo Odebrecht, “Italiano” se referia ao ex-ministro Antônio Palocci e “Pós-Itália” era Guido Mantega.

O pagamento da propinas tinha como objetivo, entre outras coisas, a aprovação de Medidas Provisórias que instituiriam um novo refinanciamento de dívidas fiscais e permitiriam a utilização de prejuízos fiscais das empresas como forma de pagamento (Refis da Crise – MPs 470/2009 e 472/2009).

Há indicativos de que parte dos valores indevidos teria sido entregue a um casal de publicitários como forma de dissimulação da origem do dinheiro.

Foi determinada ordem judicial de bloqueio de ativos financeiros dos investigados no valor de 555 milhões de reais.

Os presos serão levados para a sede da PF em São Paulo, e posteriormente trasladados para a Superintendência do Paraná, onde serão interrogados.

Redação com JP