15/07/2019

Deltan usou fama com Lava Jato para lucrar, apontam novos diálogos divulgados Deltan usou fama com Lava Jato para lucrar, apontam novos diálogos divulgados




O procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, discutiu a criação de uma empresa na qual ele não apareceria formalmente como sócio, para organizar eventos e palestras e lucrar com a fama conquistada durante as investigações dos casos de corrupção, informou o jornal Folha de S. Paulo, com base em mensagens obtidas pelo site The Intercept Brasil.

Em parceria com o Intercept, a revista VEJA publicou em sua última edição uma reportagem de capa que mostra a colaboração entre o Ministério Público Federal, a Polícia Federal e o ex-juiz Sergio Moro, o atual ministro da Justiça. Na prática, Moro atuava como o chefe da força-tarefa, desequilibrando a balança da Justiça em favor da acusação.

Um novo pacote de conversas obtidas pelo Intercept e analisadas em parceria com VEJA neste semana traz fortes indícios de que os diálogos impróprios dos procuradores nos chats do Telegram também ocorreram com um dos membros do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), órgão encarregado de julgar em segunda instância os processos da Lava-Jato em Curitiba.

Os diálogos indicam a ocorrência de ‘encontros fortuitos’ entre o procurador Deltan Dallagnol e o desembargador do TRF4 João Pedro Gebran Neto.

Plano de negócios de eventos e palestras

Em um grupo de mensagens criado em dezembro de 2018, Deltan e seu colega de força-tarefa Roberson Pozzobon discutiam formas de lucrar com o prestígio conquistado durante a Operação Lava Jato. Os dois cogitaram uma estratégia para criar um instituto e obter elevados cachês, segundo reportagem da Folha de S. Paulo. Também debateram firmar parceiras com uma firma organizadora de formaturas e outras duas empresas de eventos.

As mensagens indicam que o procurador usou os serviços de duas funcionárias da Procuradoria em Curitiba para organizar sua atividade pessoal de palestrante no decorrer da Lava Jato.

As conversas mostram ainda que Deltan incentivava outras autoridades ligadas ao caso a realizar palestras remuneradas, entre elas Sergio Moro.

Redação/Veja.com