13/06/2019

‘Temos materiais mais impactantes do que os já publicados’, diz jornalista sobre vazamentos ‘Temos materiais mais impactantes do que os já publicados’, diz jornalista sobre vazamentos





O jornalista Glenn Greenwald, do The Intercept Brasil, afirmou em entrevista ao Pânico que o arquivo recebido pelo site com conversas de procuradores da Lava Jato e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, ainda tem muito material explosivo. “Temos materiais que vai ter mais impacto do que os que já publicamos”, disse.

Desde o último domingo (9), o site vem publicando trechos de conversas do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, e Sergio Moro, que na época era juiz federal. Para Glenn, o material mostra que o processo que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava comprometido. “Eles estavam falando publicamente o tempo todo que eram apartidários, mas, em segredo, estavam falando explicitamente que o objetivo deles, usando o poder do Estado como procuradores, era impedir que o PT voltasse ao poder”, afirmou. “Sergio Moro quebrou as regras éticas.”

O jornalista, que também foi o responsável por divulgar as informações que Edward Snowden coletou da NSA, em 2013, acredita que a condenação do ex-presidente foi corrompida, mesmo corroborada por outras instâncias judiciais. “Quando tem um juiz na primeira instância criando um recorte com motivos errados e não seguindo as regras éticas, o caso inteiro é corrupto”, explicou.

Ele defendeu que o caso seja julgado novamente. “Eu não posso imaginar como uma pessoa pode ficar na prisão condenada por um juiz que fez o que Sergio Moro fez”, disse, citando outros réus da Lava Jato. “Se nossa reportagem mostrar que Sérgio Cabral e Eduardo Cunha foram condenados por um processo corrupto, vou defender também.”

Combate à corrupção

Glenn Greenwald ainda afirmou que o trabalho feito pelo The Intercept Brasil de divulgar o suposto conluio entre os procurados e o então juiz Sergio Moro fortalece o combate à corrupção no país. “Corrupção é um problema muito grave nesse país, não na direita ou na esquerda, mas em todas as partes”, disse. “Eu acredito muito que estamos fortalecendo a luta contra a corrupção revelando corrupção dentro da força-tarefa da Lava Jato”, continuou.

Redação com JP