04/05/2019

Servidores barram advogada em tribunal: estava mostrando tudo Servidores barram advogada em tribunal: estava mostrando tudo





A advogada Eduarda Meyka Ramires publicou um texto em suas redes sociais na terça-feira passada, dia 30, relatando que foi impedida de entrar no prédio do Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO), no dia 26 de abril, por causa das roupas que vestia.

Eduarda conta que foi abordada, às 8h, em saguão "lotado", por dois servidores que alegaram que a advogada estava "com tudo pra fora".

"As pessoas me olhavam para averiguar, aparentemente, se eu realmente estava desnuda", diz Eduarda.

A advogada diz que apresentou uma peça contra o Estado e destaca em sua publicação um trecho inicial do documento, no qual chama atenção para o fato da requerente ser mulher. Junto ao texto, Eduarda postou fotos das roupas que vestia na ocasião.

"Nós, mulheres, nos vestimos, diferentemente dos homens, com peças diversas. Usamos saias, blusas, calças, vestidos, camisas, camisetas etc. e, ao comprarmos roupas, com o nosso dinheiro, escolhemos por aquelas que nos faz sentir bem (sic)" , afirma Eduarda no texto.

A advogada diz ainda que a portaria sobre vestimentas é "claramente machista e feita para as mulheres" e que o Tribunal de Justiça deveria acolher a diversidade e "ser justo".

A Comissão Nacional da Mulher Advogada (CNMA), a Comissão Nacional de Defesa das Prerrogativas e Valorização da Advocacia (CNDPVA) do Conselho Federal da OAB, a Comissão da Mulher Advogada (CMA) e Comissão de Defesa de Prerrogativas (CDP) da Seccional da OAB em Rondônia tomaram conhecimento sobre o assunto e se manifestaram em nota sobre o ocorrido.

O texto, publicado no site da OAB de Rondônia, afirma que a vestimenta profissional da advocacia feminina não tem por padrão o uso de terno e gravata e que compete à Ordem dos Advogados do Brasil disciplinar sobre a vestimenta em espaço forense.

Pelas fotos divulgadas,nem dá para ver se a doutora estava "mostrando tudo".

Redação com AE