08/04/2019

Procura por cursos de formação do Exército cresce 22,45% em três anos Procura por cursos de formação do Exército cresce 22,45% em três anos





O número de inscrições para os cursos de formação do Exército cresceu 22,45% em três anos, segundo os dados enviados pela corporação com exclusividade ao Portal R7. A estabilidade da carreira e a busca por próposito são características que impulsionaram o aumento.

Em 2016, 49.632 candidatos se inscreveram para uma das quatro escolas do Exército: EsPCEx (Escola Preparatória de Cadetes do Exército), EsFCEx (Escola de Formação Complementar do Exército), EsSEx (Escola de Saúde do Exército) e IME (Instituto Militar de Engenharia) — conheça cada uma das escolas na arte abaixo. Em 2018, foram 60.779 inscrições. 

A EsPCEx é a escola mais concorrida da corporação e teve aumento de 35,8% na procura, de 29.771 inscrições em 2016 para 40.443 em 2018. Também é a oportunidade com maior número de vagas, curso em que são aceitas 440 pessoas.

Em seguida, aparecem a EsFCEx, com 11.619 inscrições em 2016 e 12.208 em 2018 — com crescimento de 5%. O número de vagas disponíveis caiu de 40 para 20. A EsSEx registrou queda de 7% no número de inscrições, passando de 2.835 em 2016 para 2.643 em 2018. A escola conta, atualmente, com 106 vagas.

O IME, focado na formação de engenheiros, teve mais inscrições de 2016 (5.407) a 2017 (6.290), enquanto em 2018 o número de candidatos caiu (5.485) e ficou mais próximo do patamar de 2016.

Segundo o Exército, o número de vagas para o IME varia de acordo com o ano, de acordo com as “necessidades institucionais, estabelecidas pelo Estado-Maior do Exército (EME)”. A instituição afirma que “tradicionalmente, os cursos oferecidos pelo IME são muito disputados, pois alcançam os melhores resultados no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade)”.

O diretor executivo da ABTD (Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento) afirma que o crescimento da procura é esperado considerando o perfil dos jovens que entram no mercado de trabalho hoje em dia. Para ele, os mais novos querem trabalhar por propósito e não só por dinheiro.

“Cada profissional hoje, principalmente os mais jovens, quer ser útil para a empresa que ele representa. Eu vejo no Exército uma condição muito de propósito”, afirma.

Slivnik também defende que a estabilidade da profissão é um ponto que atrai novos integrantes aos cursos de formação do Exército. “Uma vez que a nossa economia é cíclica, que tem altos e baixos, os profissionais que têm uma carreira militar têm uma garantia de estabilidade muito maior do que uma empresa privada, por exemplo”.

O consultor de carreira do CPS (Cedaspy Professional School) Alexandre Araújo é militar da reserva e afirma que há mais procura pelos cursos devido à estabilidade, a divulgação e à insatisfação com a situação do país.

“Há a insatisfação da população com o nível de corrupção e o próprio Exército começa a fazer um trabalho de divulgação grande”, afirma.

Para a corporação, a possibilidade de seguir carreira militar impulsiona as inscrições. Ao passar no IME, o ingressante pode decidir se irá seguir este caminho ou a reserva. Caso escolha a segunda opção, são considerados militares ativos apenas no primeiro ano da graduação.

Neste momento, a carreira militar é um tema bastante discutido na sociedade, principalmente por causa dos avanços a respeito da reforma da Previdência para a categoria.

Em todos os cursos de formação do Exército, o número de candidaturas femininas é muito menor do que as masculinas. De 2016 a 2018, o Exército recebeu 152.720 inscrições para todas as escolas. Os homens representam 101.242 candidaturas (66,29%), enquanto as mulheres, 51.478 (33,71%).



Redação com R-7