19/03/2019

Ex-governador do Paraná, Beto Richa é preso pela terceira vez Ex-governador do Paraná, Beto Richa é preso pela terceira vez





O ex-governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), foi preso pela terceira vez, na manhã desta terça-feira (19), pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná. A prisão preventiva foi decretada no âmbito da Operação Quadro Negro. O tucano é investigado pelo crime de corrupção.

Segundo o coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, a ação de hoje integra a Operação Quadro Negro, na qual Beto ainda  não tinha sido detido.

Além do ex-governador, foram presos o ex-secretário especial de Cerimonial e Relações Exteriores do Paraná, Ezequias Moreira,  e o empresário Jorge Atherino, tido como operador financeiro de Richa.

As prisões ocorrem após a delação premiada do empresário Eduardo Lopes de Souza, que afirmou que o ex-secretário arrecadou dinheiro desviado da reforma e construção de escolas no Paraná para a campanha de reeleição de Richa ao governo.

A reportagem tenta contato com a defesa do ex-governador.

Também são cumpridos mandados de busca e apreensão em Caiobá, no litoral do Paraná, e Porto Belo, em Santa Catarina, ambos em imóveis pertencentes à família do ex-governador.

QUADRO NEGRO

A Operação Quadro Negro investiga o desvio de verba que seria usada na construção e reforma de escolas do estado entre 2012 e 2015. Segundo as investigações, a Construtora Valor recebeu aproximadamente R$ 20 milhões, mas não entregou as obras. Beto Richa já foi denunciado, em 2 de outubro, por improbidade administrativa.

O ex-governador é acusado, juntamente com outros 13 denunciados, de promover oito aditivos contratuais em obras de escolas públicas estaduais para aumentar o valor repassado à construtora Valor em R$ 4,924 milhões. Segundo a denúncia, a Valor teria sido orientada a apresentar uma proposta bastante baixa na licitação, para vencer o certame e, posteriormente, ser “compensada” com os aditivos, que foram concedidos “de forma absolutamente injustificada, fraudulenta e eivada de vícios (de motivo, forma e finalidade), sem qualquer imprevisto ou situação fática que demandasse a revisão dos montantes originariamente pactuados”. O MP aponta ainda que os recursos repassados a maior teriam sido utilizados como Caixa 2 da campanha de reeleição de Richa ao governo do Estado em 2014.

Richa nega envolvimento no caso e argumenta que foi seu governo que investigou e descobriu o esquema fraudulento nas obras das escolas estaduais, afastando os envolvidos e denunciando o caso ao Ministério Público.

Redação com Paraná Portal