14/01/2019

Esposa de brasileiro denuncia suas condições em prisão japonesa Esposa de brasileiro denuncia suas condições em prisão japonesa





A esposa de Carlos Ghosn escreveu uma carta à Human Rights Watch, organização de defesa dos direitos humanos, em que critica as “duras condições” da detenção do presidente da Renault.

Em um e-mail de nove páginas que ao qual o AFP teve acesso, Carole Ghosn lamenta que seu marido tenha sido detido, desde sua prisão em 19 de novembro, em uma cela iluminada dia e noite e que ele não tenha acesso a seu tratamento médico diário.

“Todos os dias, durante horas, os inspetores o interrogam, o intimidam, dão a ele sermões e o aconselham com o objetivo de extrair uma confissão”, escreveu Carole Ghosn.

O empresário de 64 anos é acusado no Japão de quebra de confiança e reduções em suas declarações de renda para as autoridades financeiras por oito anos. Ele alega inocência.

Na carta, sua esposa afirma que os investigadores o pressionaram a assinar documentos em japonês, uma língua que ele não domina, e que ele só recebeu uma tradução oral, sem a presença de seu advogado.

“Peço à Human Rights Watch a se concentrar em seu caso e pressione o governo a reformar seu draconiano sistema de detenção e interrogatório”, afirma a esposa do ex-presidente da Nissan e da Mitsubishi Motors.

As condições de detenção de Carlos Ghosn geraram críticas em nível internacional sobre o sistema judicial japonês.

Um tribunal decidiu na semana passada que o executivo poderá começar a receber visitas familiares.

O advogado de Ghosn, Motonari Otsuru, negou que seu cliente tenha sido forçado a assinar documentos escritos em japonês.


Redação com AFP