29/10/2018

Bolsonaro, do Exército à Presidência do Brasil Bolsonaro, do Exército à Presidência do Brasil




Em sua primeira disputa à Presidência da República, o capitão reformado do Exército Jair Messias Bolsonaro, do Partido Social Liberal (PSL), alcançou 55% dos votos válidos e tornou-se o quinto presidente eleito no Brasil após a redemocratização.   

Bolsonaro já havia sido o primeiro colocado no primeiro turno, realizado no último dia 7, com 46% dos votos. Aos 63 anos, ele está no sétimo mandato como deputado federal e assumirá um cargo público no Executivo pela primeira vez no próximo dia 1º de janeiro. Durante a carreira como parlamentar, o militar foi autor de 170 projetos, dos quais apenas dois viraram lei. Em quase 30 anos na vida política, Bolsonaro ganhou notoriedade por adotar um discurso radical, além de declarar abertamente apoio ao regime militar, vigente no Brasil entre 1964 e 1985.   

Ao votar pelo encaminhamento do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, o parlamentar homenageou o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, um dos comandantes do DOI-CODI, órgão responsável pela repressão a opositores durante o regime militar. Com os escândalos de corrupção atingindo os partidos políticos tradicionais, Bolsonaro passou a angariar apoio entre os desiludidos com o atual governo e os saudosos dos tempos em que os militares estavam no poder.   

Nascido  no interior de São Paulo, no dia 21 de março de 1955, Bolsonaro começou sua carreira militar ao cursar a Escola Preparatória de Cadetes do Exército. Seguiu sua formação na Academia Militar das Agulhas Negras, onde se formou em 1977. O presidente eleito serviu no 9º Grupo de Artilharia de Campanha, em Nioaque (MS), entre 1979 e 1981, além de ter integrado a Brigada de Infantaria Paraquedista, onde se especializou em operações com saltos de queda livre. Em 1983, formou-se na Escola de Educação Física do Exército e tornou-se mestre em saltos pela Brigada, chegando ao posto de capitão. 

 Em 1986, liderou um protesto contra os baixos salários dos militares, o que lhe rendeu uma pena de 15 dias de prisão por infringir o regulamento disciplinar do Exército. A partir de 1988, Bolsonaro deu início à carreia política ao ser eleito vereador do Rio de Janeiro pelo Partido Democrata Cristão (PDC).   

Em 1993 envolveu-se em uma polêmica na Câmara ao alegar que a existência de muitas leis atrapalhava o exercício do poder e defendeu o retorno do regime militar e o fechamento do Congresso. Na ocasião, o então deputado Vital Rego, corregedor da Câmara, solicitou à Procuradoria-Geral da República o início de uma ação penal por crimes contra a segurança nacional, ofensa à Constituição e ao regimento interno da Câmara Federal. 

Em 2014, foi eleito o deputado mais votado do Rio de Janeiro, com 464.565 votos. Ao todo, ele foi eleito para sete mandatos, o último pelo Partido Progressista (PP). Em seu site, o vencedor do pleito deste domingo afirma ser conhecido “por suas posições em defesa da família, da soberania nacional, do direito à propriedade e dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa”.O  Vice-presidente da chapa é o general Antônio Hamilton Martins Mourão é natural de Porto Alegre (RS). Ele entrou no Exército em 1972 e esteve na ativa até fevereiro deste ano. Mourão é conhecido por dar declarações polêmicas que enaltecem o regime militar. Em setembro, afirmou que o 13º salário seria uma “mochila” nas costas dos empresários.

Redação com Agências