02/09/2018

Nove anos depois, Farra dos Guardanapos é tema de exposição no Rio Nove anos depois, Farra dos Guardanapos é tema de exposição no Rio




A análise das imagens de um jantar em 2009, em Paris, do qual participaram o então governador do Rio, Sérgio Cabral, secretários e empresários envolvidos em um esquema de propinas posteriormente desvendado no estado é a base da exposição Farra dos Guardanapos, que fica aberta na Galeria Aymoré, no bairro da Glória,Rio de Janeiro, até o dia 23 deste mês. As imagens são do artista plástico Gabriel Giucci.

O jantar, no qual estava presente inclusive o então secretário de Saúde, Sérgio Côrtes, que voltou a ser preso na sexta-feira (31), ficou conhecido como Farra dos Guardanapos porque todos apareceram cantando e dançando com guardanapos brancos na cabeça.

A partir de 2011, Giucci concentrou-se no estudo de expressões faciais humanas para realizar o seu trabalho. Isso porque, para ele, a sociedade vive um momento emotivo que enfatiza muito os rostos das pessoas, por meio de fotos nas redes sociais, ou mesmo nos emoticons. Em 2015, Giucci juntou a sua arte com os acontecimentos da Operação Lava Jato. 

Foi com o foco na Lava Jato que o artista chegou às imagens do jantar, que transformou nas pinturas que fazem parte da exposição inaugurada no dia de ontem.

Para Giucci, o jantar é de uma magnitude muito grande, porque representa um ápice e também o momento da derrocada do grupo, que mostra uma euforia exacerbada e decadente, em um local totalmente aristocrático, como era o do restaurante parisiense.

A exposição tem mais de cem pinturas que se baseiam em fotos do episódio amplamente divulgadas na internet. Giucci partiu de três fotos onde estão representados oito participantes da festa, cada um com uma expressão diferente. 

Giucci nasceu em 1987 em Princeton, nos Estados Unidos, mas veio cedo para o Brasil. Estudou na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e completou os cursos na New School, em Nova York. Ele trabalhou nos estúdios dos artistas plásticos Raul Mourão e Henrique Oliveira.

Redação com Agência Brasil