02/05/2018

Sem nomes fortes para a disputa presidencial, especialistas veem PT em situação crítica Sem nomes fortes para a disputa presidencial, especialistas veem PT em situação crítica




O PT vive uma situação delicada. Poucos dias após a divulgação de dois acordos de delação que devem respingar na legenda, a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou a cúpula partidária e acusa a sigla de participar de desvios equivalentes a mais de R$ 1 bilhão. Sem nomes fortes para disputar o Planalto, correndo o risco de morrer antes das eleições e com possibilidade até de perder o registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o PT enfrenta um momento crítico, dizem especialistas. Caciques já estão presos ou perto de ir para a cadeia, o que traz à tona uma dificuldade de sobrevivência impensável nos 13 anos da era petista no Planalto.

“O momento é crítico, muito sensível, sobretudo em ano eleitoral. A legenda é histórica, tem um eleitor muito mobilizado, mas os últimos acontecimentos colocaram os companheiros em uma encruzilhada. Se eles não promoverem alianças e reorganizarem a base, a situação pode se complicar ainda mais”, explica o professor de ciência política Marcelo Vieira, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), lembrando que a denúncia da PGR atinge, entre outros, a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR).

Para Joana Meireles, professora aposentada de direito eleitoral da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), “o PT errou muito no cálculo político para promover a sobrevivência eleitoral sem Lula, ainda mais em uma eleição majoritária”. Sem o nome do ex-presidente nas urnas, o eleitorado que não acompanha a ideologia do PT, só votava nele por causa da estrela petista, vai migrar. 

Redação com Agências