07/03/2018

Procuradoria instaura inquérito sobre intervenção no Rio. Não tem inquérito sobre a ação dos traficantes. Procuradoria instaura inquérito sobre intervenção no Rio. Não tem inquérito sobre a ação dos traficantes.




O Ministério Público Federal em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, instaurou inquérito civil público para acompanhar os desdobramentos da intervenção federal decretada no estado do Rio de Janeiro. A Procuradoria ainda solicitou informações ao Centro Integrado de Comando e Controle da intervenção.

O MPF informa ainda que ‘foi marcada uma audiência pública para 20 de março, às 10h, no auditório da Procuradoria da República em São João de Meriti, com o objetivo de colher demandas da população e garantir a prestação de informações pelas autoridades interventoras sobre os desdobramentos que a intervenção federal terá na Baixada’.

As informações foram divulgadas pela Procuradoria da República do Rio de Janeiro.

Na portaria que instaura o inquérito civil público, o procurador da República Julio José Araujo Junior ressalta que "a adoção da medida excepcional de intervenção federal não afasta o dever constitucional de informação e tampouco de observância de direitos fundamentais, cuja restrição deve ser fundamentada e estará sujeita a controle judicial e a eventual análise de responsabilidade do ente ou do agente responsável, nos termos da legislação civil".

O Procurador também afirma que o fato de um servidor militar ter sido designado para atuar como interventor não altera o fato de que a medida excepcional tem natureza civil, já que as atribuições exercidas são próprias de um governador.

A portaria ainda lembra que, desde julho de 2017, foi autorizado o emprego das Forças Armadas para a Garantir da Lei e da Ordem, em apoio ao Plano Nacional de Segurança Público no estado do Rio de Janeiro, com operações militares conduzidas de forma episódica, em área previamente estipulada e por tempo limitado. Desde então, já ocorreram operações na Baixada Fluminense e há previsão de que, com a intervenção federal, outras aconteçam.

Não consta que o  douto procurador tenha se preocupado até hoje com a situação vivida pelos trabalhadores que moram nos morros dominados pelos traficantes.

Redação com Hoje em Dia