07/10/2025![]() Embora considerada positiva, a conversa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o americano Donald Trump ainda está longe de ser uma vitória, avaliam integrantes do governo brasileiro. Integrantes do Itamaraty e do Palácio do Planalto disseram à CNN Brasil que o telefonema entre os presidentes é o primeiro passo de um longo processo de reconstrução de laços entre Brasil e Estados Unidos após meses de desgastes, e evitam falar em otimismo. A ordem no governo brasileiro é seguir atuando com "calma" e "prudência", evitando ansiedade e mantendo a discrição que marcou as negociações desde o encontro de Lula e Trump na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), no dia 23 de setembro, em Nova York, até o telefonema desta segunda-feira (6). Diplomatas também minimizaram a indicação do secretário de Estado americano, Marco Rubio, como interlocutor do governo Lula para avançar nas negociações. A avaliação é que Rubio, sob ordens de Trump, atuará com profissionalismo e diplomacia, embora, no auge da crise, tenha sido porta-voz de ataques contra o Brasil. Integrantes do governo observam que desde que o presidente dos EUA disse no palco da ONU ter tido "boa química" com Lula, as publicações de assessores do governo americano contra o Brasil se encerraram, além do diálogo ter sido desobstruído. O QUE PENSA EDUARDO BOLSONARO O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) elogiou a decisão do presidente Donald Trump de nomear Marco Rubio como novo secretário de Estado dos EUA e responsável por conduzir as negociações com o governo Lula. O comentário veio após a reunião virtual desta segunda-feira (6) entre Trump e Lula, que buscou aliviar as tensões diplomáticas entre os dois países. Em publicação nas redes sociais, Eduardo disse que Rubio — filho de imigrantes cubanos — “conhece bem os regimes totalitários de esquerda” e criticou o STF, afirmando que o Brasil vive um “regime de exceção”. O parlamentar está desde o início do ano nos Estados Unidos, tentando convencer o governo americano a adotar sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe. Durante a conversa com Trump, Lula pediu a retirada das tarifas de até 40% sobre produtos brasileiros e o fim das sanções a autoridades nacionais. Segundo o Planalto, o diálogo foi “amistoso” e deve resultar em um encontro presencial em breve. As tarifas impostas pelos EUA em agosto foram justificadas pelo julgamento de Bolsonaro no STF. Além disso, Washington aplicou sanções individuais a ministros da Corte, como Moraes, com base na Lei Magnitsky, que permite punir estrangeiros acusados de corrupção ou violações de direitos humanos. Redação com CNN-Brasil / Imagens: Reprodução |