12/09/2025

LIPOASPIRAÇÃO MORTAL - Médico responsável por procedimento já responde a processos e tem condenação por homicídio LIPOASPIRAÇÃO MORTAL - Médico responsável por procedimento já responde a processos e tem condenação por homicídio




O médico responsável pela lipoaspiração que terminou com a morte da jovem Marilha Antunes, de 28 anos (foto), no Rio de Janeiro, responde a cinco processos e já possui uma condenação por homicídio.

Segundo a investigação,  José Emílio de Brito, cirurgião plástico, acumula 13 anotações criminais relacionadas ao exercício da profissão.

Com base nesse histórico, a Polícia Civil pediu à Justiça a prisão temporária dele, nesta quinta-feira (11).

O delegado Wellington Vieira, que investiga o caso, contou que o médico já responde por outro caso semelhante ao de Marilha.

“Uma pessoa morreu, em 2008, fazendo uma lipoaspiração em condições idênticas ao caso que está sendo investigado hoje. Naquele ano, a pessoa teve uma perfuração na cavidade abdominal, uma cânula utilizada na cirurgia. Então, já é o segundo caso dele. É um dado importante”, ressaltou o delegado titular da Decon (Delegacia do Consumidor).

Ainda de acordo com o delegado, o médico tem o registro ativo no Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro). No entanto, a entidade afirmou que está investigando o novo caso.

Histórico do médico

José Emílio atua como cirurgião plástico desde 1976 e acumula "14 ações judiciais" , todas relacionadas a cirurgias estéticas. Em 2008, ele realizou uma lipoaspiração em uma paciente de 35 anos, que morreu após hemorragia interna. O médico foi condenado em 2018 a dois anos e quatro meses de prisão por homicídio culposo, pena substituída por prestação de serviços e pagamento de indenização.

Em 2021, José Emílio foi preso por policiais da Delegacia do Consumidor (Decon) após irregularidades em um consultório no bairro de Vicente de Carvalho. Na ocasião, segundo a polícia, ele tentou subornar os agentes. O processo ainda está em andamento.

O centro cirúrgico onde o procedimento ocorreu foi interditado na terça (9). Durante uma vistoria na clínica, medicamentos fora da validade e outras irregularidades foram identificados no local.

No momento da fiscalização, a gerente administrativa do estabelecimento e a gerente o RH foram detidas, mas acabaram soltas após pagamento de fiança.

As duas vão responder em liberdade por crime contra a relação de consumo, assim como o dono da clínica. A defesa alegou que elas não possuem responsabilidade no caso.

O corpo de Marilha foi enterrado no último dia 10. Segundo a família, o laudo do Instituto Médico Legal apontou que o rim dela sofreu uma perfuração durante o procedimento.

Além de erro médico, os parentes disseram acreditar que a jovem tenha sido vítima de negligência.

Redação com R-7  /  Imagem: Reprodução álbum de família