13/08/2025![]() Um áudio atribuído a Airton Vieira,(foto), juiz auxiliar de Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF) entre 2018 e março deste ano, revela possíveis pressões sofridas enquanto o magistrado atuava no gabinete do ministro. Na gravação, divulgada pelo portal Metrópoles, o juiz teria indicado que chegara ao limite físico, psicológico e emocional. Segundo o site de notícias, o desabafo seria de 14 de janeiro de 2023 e feito para Eduardo Tagliaferro, então chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), presidido à época por Moraes. “Olha, realmente a coisa está feia, viu? Eu não aguento mais, física, psicológica e emocionalmente. Não consigo dormir sossegado, não tenho tranquilidade. Estou perdendo completamente a higidez mental, o pouco que eu ainda tinha. Realmente a coisa está feia”, diz o áudio atribuído a Vieira. A reportagem do jornal Gazeta do Povo, de Curitiba, tentou contato com o juiz Airton Vieira, tanto no Tribunal de Justiça de São Paulo (onde Vieira é desembargador) como no STF, mas não obteve retorno. Tagliaferro compartilhou a publicação na rede social X. Além do desgaste profissional, o magistrado teria relatado problemas familiares decorrentes da pressão no gabinete de Moraes. “Pensei que a pressão diminuiria, mas ela voltou a crescer exponencialmente. Fico constrangido de sair agora, justamente no momento da maior tempestade. Isso seria desagradável e eu não faria. Está muito, muito difícil”, declarou. O juiz também teria desabafado quanto aos sofrimentos causados à sua própria família. “Minha família está sendo extremamente prejudicada, e o trabalho só aumenta a pressão. Cobranças para tudo, o que falamos não tem crédito, e tudo é para anteontem”, lamentou. Na última sexta-feira (8), Moraes negou o pedido da defesa de Tagliaferro para acessar os autos do inquérito que o investiga. O ex-assessor é suspeito de vazar conversas de WhatsApp do gabinete do ministro, ligadas ao bloqueio de perfis de direita nas redes sociais. A Polícia Federal o indiciou por violação de sigilo funcional com dano à administração pública. Redação com GP e metrópoles / Imagem: Reprodução redes sociais |