14/06/2025

SAINDO DA CADEIA - Ao sair da prisão, ex-ministro diz que vai esclarecer ¨mal-entendido¨ SAINDO DA CADEIA - Ao sair da prisão, ex-ministro diz que vai esclarecer ¨mal-entendido¨




Após deixar a prisão na noite desta sexta-feira (13), o ex-ministro do Turismo Gilson Machado disse que está à disposição da Justiça para esclarecer o que ele chamou de "mal-entendido".

Um dos principais aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Gilson foi alvo de uma operação da Polícia Federal sob suspeita de tentar ajudar o tenente-coronel Mauro Cid a obter um passaporte no consulado de Portugal, em Recife, para deixar o país. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro assinou um acordo de colaboração premiada.


Gilson, conhecido como ministro sanfoneiro de Bolsonaro, passou o dia detido no presídio Cotel, em Abreu e Lima (PE), e teve a prisão revogada à noite pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em depoimento à PF, ele disse que tentou tirar o passaporte para o próprio pai.

"Estou à disposição da Justiça para esclarecer esse mal-entendido. Importante dizer que o mesmo juiz que mandou prender, mandou soltar. Agradeço a Deus por ter iluminado a Justiça brasileira", disse Gilson Machado por telefone à CNN, quando estava a caminho de casa. "Fui muito bem tratado e respeitado pela PF. Sou um cidadão correto, nunca fui preso antes", completou.

A decisão de Moraes substitui a prisão preventiva por outras medidas cautelares, como a apresentação quinzenal à Justiça, o cancelamento do passaporte e a proibição do contato com outros investigados.

O relator afirmou que, com as diligências já realizadas pela PF (como a apreensão de celulares, já encaminhados à perícia, e a oitiva do próprio ex-ministro), não há mais necessidade de manter a preventiva.

Na audiência de custódia, a mesma sugestão havia sido feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que defendeu a substituição da prisão por "medidas menos gravosas".

Na decisão, o ministro do STF diz que a preventiva foi uma medida cautelar "extrema", cuja eficácia já se demonstrou suficiente para este primeiro momento da investigação.

Moraes ponderou, entretanto, que "existem indícios suficientes" de que Machado teria auxiliado o tenente-coronel Mauro Cid "com a finalidade de se furtar da aplicação da lei penal".

Isso porque a ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado está próxima de ser encerrada, com julgamento previsto para os próximos meses e uma forte tendência à condenação dos réus -- entre eles, Cid.

Caso o ex-ministro descumpra alguma das medidas cautelares alternativas, ele poderá ter a prisão preventiva novamente decretada, segundo alerta Moraes na decisão.

Redação com CNN-Brasil  /  Imagens: Reprodução EBC