16/01/2023

O PT faz cálculos políticos para possível inelegibilidade de Jair Bolsonaro O PT faz cálculos políticos para possível inelegibilidade de Jair Bolsonaro





Em meio aos desdobramentos dos ataques a prédios públicos em Brasília e da minuta de um decreto para mudar o resultado das eleições, o Partido dos Trabalhadores tem um prazo em mente para punir Jair Bolsonaro e fazer com que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) impeça o ex-presidente de disputar qualquer eleição pelos próximos oito anos.

A legenda de Lula quer que Bolsonaro seja punido e fique inelegível ainda neste semestre, na esteira da repercussão dos ataques promovidos pelos apoiadores na sede dos três poderes – e pelo próprio ex-presidente em suas redes sociais, ao postar vídeo com acusações contra o resultado das urnas.

A avaliação entre aliados de Lula é a de que os recentes acontecimentos enfraqueceram Bolsonaro, diminuíram seu capital político e abriram caminho para que ele seja declarado inelegível pelo TSE. Logo, na concepção deles, o melhor é condená-lo o quanto antes.

Integrantes do PL não admitem em público, mas fazem uma avaliação semelhante sobre a situação delicada do ex-ocupante do Palácio do Planalto.

Mas há outros motivos que justificam a pressa do PT em condenar Bolsonaro por abuso de poder político, econômico e uso indevido dos meios de comunicação. Ao longo deste ano, o TSE vai passar por uma série de mudanças em sua composição que vão mexer com a correlação de forças dentro da Côrte eleitoral e devem produzir reflexos na arena política.

Não só Lula vai indicar novos ministros ao TSE, como os processos que impactam a sobrevivência política de Bolsonaro mudarão de mãos.

Ao todo, tramitam no TSE 15 ações (as chamadas “aijes”, sigla para ações de investigação judicial eleitoral) que podem afastar Bolsonaro de disputar eleições pelos próximos oito anos. Todas elas estão sob a relatoria do corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, que tem sido considerado “linha dura” por bolsonaristas.

Gonçalves é uma espécie de fiel aliado do presidente do TSE, Alexandre de Moraes, se aliando ao ministro nos principais casos julgados pela Côrte. Mas o seu mandato no tribunal termina em 9 de novembro deste ano.

Redação com jornal O Globo / Imagem:Reprodução Tv