09/11/2022

O mundo político brasileiro está em alerta para divulgação do relatório das Forças Armadas sobre as eleições O mundo político brasileiro está em alerta para divulgação do relatório das Forças Armadas sobre as eleições





A possibilidade de Jair Bolsonaro utilizar o relatório sobre as conclusões do relatório das Forças Armadas sobre o processo eleitoral, que deve ser divulgado nesta quarta-feira, colocou o mundo político em alerta.

Adversários, aliados e até mesmo ministros próximos do presidente da República estão no escuro sobre o que ele deverá fazer quanto ao relatório, que vai marcar a última etapa do embate entre o bolsonarismo e a Justiça Eleitoral a respeito da segurança das urnas e do sistema eletrônico de votação.

No TSE, expectativa é a de o relatório traga conclusões semelhantes ao que os militares já escreveram num ofício enviado ao ministro Alexandre de Moraes, presidente do tribunal, logo após o primeiro turno.

Na mensagem, os militares diziam que o número de voluntários que participaram do teste de integridade das urnas conduzido em um projeto piloto junto com o TSE foi insuficiente. Na ocasião, os militares pediram ao tribunal que todos os eleitores das seções sorteadas para o teste fossem convidados a participar do processo de auditoria.

A preocupação dos líderes governistas é que o relatório seja usado pelo presidente para manter nas ruas os manifestantes que pedem a anulação do resultado da eleição e um golpe militar.

O boato de que Bolsonaro fará uma live a respeito do relatório, também elevaram a tensão em Brasília ao longo desta terça-feira.

Hoje o que todo mundo quer saber é o que o presidente vai fazer após a divulgação do relatório, porque enquanto esse documento não for apresentado sempre ele poderá alegar suspeita sobre a votação. Com Bolsonaro, tudo é uma grande incógnita", resumiu, em caráter reservado, um aliado do presidente no PL.

O próprio partido tem evitado reconhecer claramente o resultado da eleição para não ferir as suscetibilidades do presidente da República.

“Vamos aguardar o relatório do Exército, pra gente saber o que eles vão trazer. É importante para nós. Mas não temos nada na mão, por enquanto”, afirmou numa entrevista coletiva na terça-feira (8) o chefe do PL, Valdemar da Costa Neto, ao ser questionado se a legenda pretendia contestar o resultado das urnas.

“O Bolsonaro é o nosso capitão. Vamos segui-lo no que for preciso. Ele só vai questionar o resultado se tiver algo real na mão. Se não tiver, não vai fazer isso. Estamos esperando o relatório do Exército (nesta quarta-feira) para ver se tem alguma coisa consistente para que possa questionar o TSE. Vamos aguardar.”

Desde que amargou uma derrota por uma margem de apenas 2,1 milhões de votos no último dia 30, o chefe do Executivo se mantém recluso no Palácio da Alvorada, com poucos compromissos e pouca atividade nas redes sociais, onde sempre foi hiperativo.

Redação com jornal O Globo / Imagem: Divulgação Ministério da Defesa