05/11/2022

Polícia Federal e Receita apreendem quase 3 mil quilos de cocaína Polícia Federal e Receita apreendem quase 3 mil quilos de cocaína





Agentes da Receita Federal e da PF (Polícia Federal) apreenderam na noite de sexta-feira (4) 2.750 quilos de cocaína no Porto Vila do Conde, em Barcarena, no Pará. As investigações apontam que a droga teria como destino a cidade europeia de Sines, em Portugal.

Agentes da Receita Federal confirmaram que a apreensão é uma das maiores já registradas em portos brasileiros. A droga estava escondida em contêiner, dentro de sacas de farelo de soja. Os agentes informaram que ninguém foi preso durante a ação. Os federais contaram com a ajuda do cão farejador Isa.

“Essa melhora nos resultados está atrelada a troca de informações entre as autoridades aduaneiras e as autoridades policiais, o que tem potencializado o resultado. Essa foi com certeza a maior apreensão do ano de cloridrato de cocaína no estado Pará e a maior apreensão do Brasil dentro de um porto. As investigações prosseguirão para encontrar os reais responsáveis por esse mega contrabando“, disse à reportagem um dos auditores da Receita Federal, que, por motivos de segurança, não pode ser identificado.

A PF dará início a uma nova investigação, a partir da operação, para tentar identificar e prender os integrantes da quadrilha responsável pela droga.

Rota “Pará-Portugal”

O percurso é bastante conhecido pelos órgãos de segurança federal, sendo utilizada para acessar a Europa por meio fluvial.

Segundo a Polícia Federal, nos anos de 2.021 e 2.022 foram encontradas ao menos cinco toneladas de cocaína no porto paraense de Vila do Conde. A última apreensão aconteceu no dia 5 de outubro deste ano. Os agentes acharam 320 kg da droga em meio a uma carga de açaí.

Na ocasião, foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão nas cidades de Belém, Ananindeua, Marituba e Barcarena. A cocaína também teria como destino Portugal.

A operação do mês passado, batizada de Euterpe, foi um desdobramento da operação Norte Tropical, deflagrada em junho deste ano pela Polícia Federal e Receita Federal, em parceira com a Polícia Judiciária de Portugal e o Europol (Serviço Europeu de Polícia).

A ação conjunta culminou com a prisão em flagrante de três paraenses em Portugal. Um deles é o tenente Aderaldo Pereira de Freitas Neto, da Polícia Militar do Pará. Eles respondem a processo por tráfico internacional de drogas, associação à organização criminosa e lavagem de dinheiro.

No mês passado, um quarto paraense foi preso ao desembarcar no aeroporto do Galeão (RJ), vindo de Madri (Espanha). Natural do município de Barcarena, ele era considerado foragido suspeito de participação no esquema. No momento do desembarque, ele apresentou o passaporte com nome de outro brasileiro.

‘Escobar Brasileiro’

As investigações apontaram que Freitas Neto integrava a quadrilha de Ruben Oliveira, 38, o Xuxas, considerado um dos maiores traficantes de drogas de Portugal, e do brasileiro Sérgio Roberto de Carvalho, 63, o Major Carvalho, ex-policial militar do Mato Grosso do Sul.

Carvalho é conhecido na Europa como “Escobar brasileiro”. O apelido é em alusão ao narcotraficante colombiano Pablo Escobar. O major foi preso na Hungria em 21 de junho deste ano e deverá ser extraditado para o Brasil. Xuxas foi detido uma semana depois em Portugal.

A reportagem não conseguiu contato com os advogados do tenente Freitas Neto, do Major Carvalho e de Ruben Oliveira, todos, presos na Europa, mas publicará a versão dos defensores deles na íntegra, caso haja uma manifestação.

Redação com UOL / Imagem: Reprodução divulgação PF