26/09/2022

Bolsonaro faz live em cenário diferente a chama decisão do TSE de estapafúrdia Bolsonaro faz live em cenário diferente a chama decisão do TSE de estapafúrdia





Após ser proibido pelo ministro Benedito Gonçalves do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de usar o Palácio da Alvorada para fazer transmissões ao vivo com teor eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro fez uma nova live na noite deste domingo de um local não identificado nem mesmo pela própria campanha. 

Com críticas ao tribunal, ele afirmou estar “escondido”, "como se fosse um cara das trevas", e questionou se o tribunal saberia onde ele estava.

— Será que o TSE sabe onde estou fazendo essa live? Ah escondido, como se eu fosse um cara das trevas. Será que ele está no Alvorada, descumprindo ordem do TSE? Meu Deus, que preocupação do TSE. A preocupação com a transparência eleitoral vocês não têm. Zero — declarou o presidente. Embora não tenha dito onde estava, o cenário da live deste domingo era diferente do que o presidente costuma fazer no Alvorada.

Em decisão proferida no sábado, o corregedor eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, proibiu que Bolsonaro utilizasse a estrutura da residência oficial para fazer campanha. Ao atender a um pedido do PDT, o ministro do TSE considerou que o presidente fez uso eleitoral de "bens e serviços públicos a que somente tem acesso em função de seu cargo de Presidente da República", como as dependências dos palácios da Alvorada e do Planalto e o serviço de tradução de libras, para promover as candidaturas dele e de aliados.

Mais cedo, o presidente havia chamada a decisão de "estapafúrdia" e ainda comparou a determinação a uma "invasão da propriedade privada": — Dispensa comentários. Eu estou em minha casa — afirmou, durante passeio de moto pelo entorno de Brasília.

Numa nova decisão na noite deste domingo, Gonçalves rebateu argumentos parecidos usados pela defesa do presidente e manteve a proibição. Os advogados argumentaram que o Palácio da Alvorada é a casa do presidente e não se diferenciava da residência de nenhum outro candidato. Além disso, também afirmaram que os cômodos da residência são invioláveis pela proteção à vida privada.

Na avaliação do ministro, porém, o caso não trata sobre a vida privada do presidente, mas sobre o uso de um bem público para “prática de ato de propaganda explícita” com pedido de votos em canais oficiais.

Genocida

Na live deste domingo, Bolsonaro ainda direcionou críticas à ministra do TSE Cármen Lúcia, que negou pedido da campanha do PL para a remoção de vídeos em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o chamava de genocida.

— Então, Lula pode me chamar de genocída. Agora, do outro lado, o TSE manda tirar vídeos que se refira a ações negativas do PT. É uma parcialidade enorme todos os julgamentos do TSE — disparou ele.

O presidente disse se incomodar com a palavra por ela o "comparar" a Adolf Hitler e Josef Stalin: — Às vezes eu escuto pela rua: genocida! Tem gente que acha que eu sou genocida mesmo. (...) Para Cármen Lúcia, o Lula pode me chamar de genocida e isso é liberdade de expressão. Dois pesos e duas medidas — afirmou ele.

Redação com jornal O Globo / Imagem: Reprodução Redes Sociais de Bolsonaro