01/04/2022

MULHERES NA GUERRA. Ucranianas dizem que o pior é ver parentes e amigos morrendo MULHERES NA GUERRA. Ucranianas dizem que o pior é ver parentes e amigos morrendo





Na linha de frente da guerra na Ucrânia, mulheres arriscam suas vidas para proteger seu país da invasão russa. No imaginário que envolve um conflito como esse, é comum que as militares e as profissionais das mais diferentes áreas em um campo de batalha sejam esquecidas, porém, elas sempre estiveram presentes.

Em seu trabalho sobre o papel feminino na antiga União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial, a escritora ucraniana Svetlana Aleksiévitch, ganhadora do prêmio Nobel de Literatura, ressaltou que “a guerra tem rosto de mulher”, com suas conterrâneas não seria diferente.

“Escolhi a profissão militar, o que significa que minha principal função é proteger os cidadãos da Ucrânia”, afirma Khrystyna, que atualmente combate nos campos de batalha.

Para boa parte do mundo, a guerra entre Kiev e Moscou começou com a invasão do território ucraniano em 24 de fevereiro. No entanto, para Khrystyna e para muitos outros conterrâneos, essa luta já dura há anos. “A Rússia começou a guerra contra a Ucrânia em 2014, quando ocupou a Crimeia e a região de Donbas. Putin e a Federação Russa agora estão tentando tomar toda a Ucrânia e intimidar o mundo inteiro”, diz a militar.

De acordo com o projeto multimídia Ukraine World, em março de 2020, 29.760 mulheres faziam parte das Forças Armadas da Ucrânia. “Desde o início da invasão russa do leste da Ucrânia em 2014, elas assumiram todas as funções possíveis no exército e nos batalhões de voluntários, servindo como paramédicas, snipers e operando metralhadoras", completa o texto informativo.

Khrystyna estava entre as mulheres que serviam no leste do país após o avanço russo. “Após a invasão de 2014, todos os ucranianos perceberam que defender a Ucrânia não tem gênero”, conclui.

Ao lado dela, Katerina Prymak trabalhava como paramédica na região. “O mais difícil é ver a morte dos nossos irmãos e irmãs do exército. Uma pessoa se acostuma com tudo: novas condições, desconforto, tarefas difíceis…  mas não com a morte.”

Para Katerina, a hostilidade da invasão da Rússia em Donbas foi “apenas um ensaio”. Ela explica que o período de invasão foi terrível para quem vivia no leste do país, assim como agora todo o país enfrenta o terror da guerra. “Muitos tiveram que fugir, alguns pela segunda vez.”

Refugiados e crimes de guerra

Em meio às ofensivas do exército russo, mais de 4 milhões de ucranianos decidiram deixar seu país, de acordo com o alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). Apesar da grande crise, a negociação entre as partes do conflito não parece avançar.

Redação com R-7 internacional / Foto: Reprodução Redes Sociais