14/01/2022

CPI da covid: Depoente aciona o Supremo contra cabeças da comissão por violação de sigilo funcional e dano emocional à mulher CPI da covid: Depoente aciona o Supremo contra cabeças da comissão por violação de sigilo funcional e dano emocional à mulher





A ex-secretária do Ministério da Saúde Mayra Pinheiro, jocosamente apelidada “Capitã Cloroquina” pela oposição, acionou o STF (Supremo Tribunal Federal) contra a cúpula da extinta CPI da Covid. Em pedido enviado à Corte na última semana, a médica pede investigação contra os senadores Omar Aziz (PSD-AM), Renan Calheiros (MDB-AL) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Pinheiro acusa os congressistas de violação de sigilo funcional e dano emocional à mulher. Aziz e Randolfe eram, respectivamente, o presidente e vice da CPI da Covid. Renan Calheiros era o relator.

Segundo a defesa da médica, os senadores teriam atuado para “humilhar, constranger e ridicularizar” sua imagem durante e depois das investigações, com a divulgação de e-mails obtidos com a quebra do sigilo telemático.

“De forma abusiva, sem respeito algum para com a Suprema Corte, com o indesculpável propósito de subjugar, ofender e humilhar a Querelante, a CPI, sob o comando dos Querelados, repassou à imprensa o conteúdo de seu e-mail e de seus dados pessoais sobre os quais, sob as penas da lei, estavam eles obrigados a manter e preservar a incolumidade”, afirmou.

Pinheiro também questiona o indiciamento feito pela CPI, que em relatório final a incluiu na lista de autoridades que teriam cometido suposto crime contra a humanidade. Os supostos crimes teriam ocorrido durante o colapso do sistema de saúde pública em Manaus, em janeiro de 2021.

A médica nega ter cometido o crime. “De forma absurda e paradoxal, criminalizam-na, sem tipicidade alguma, após arriscar ela a sua própria vida, deslocando-se até Manaus, no momento de maior aflição e dor de sua população vitimada pela ambição de agentes políticos inescrupulosos, que desviaram as verbas da saúde, em plena pandemia”, afirmou a defesa de Mayra Pinheiro.

O pedido foi direcionado à ministra Rosa Weber, que assumiu o plantão do Supremo na semana passada. Por considerar que o caso não é urgente, Weber mandou o caso para o gabinete da ministra Cármen Lúcia, relatora do processo.

Redação com Poder 360 / Foto: Reprodução Tv Senado