11/01/2022

Coração de porco é implantado em homem nos Estados Unidos Coração de porco é implantado em homem nos Estados Unidos





Um homem de 57 anos com doença cardíaca e passando por risco de morte recebeu um coração de um porco geneticamente modificado, no que foi um procedimento inovador que oferece esperança a centenas de milhares de pacientes com órgãos deficientes. Segundo o jornal The New York Times, este foi o primeiro transplante bem-sucedido de coração de porco em um ser humano. A operação de oito horas de duração,ocorreu em Baltimore na sexta-feira, e o paciente, David Bennett, passava bem nesta segunda-feira, informaram cirurgiões do Centro Médico da Universidade de Maryland.

Cientistas têm trabalhado na criação de porcos cujos órgãos não seriam rejeitados pelo corpo humano, numa pesquisa acelerada na última década por novas tecnologias de edição de genes e clonagem. O transplante de coração ocorreu apenas alguns meses depois que cirurgiões em Nova York anexaram com sucesso o rim de um porco geneticamente modificado a uma pessoa com morte cerebral. Os pesquisadores esperam que estes procedimentos inaugurem uma nova era na medicina, quando os órgãos de substituição não forem mais escassos para os mais de meio milhão de americanos que aguardam rins e outros órgãos.

O coração transplantado para Bennett veio de um porco geneticamente modificado fornecido pela Revivicor, uma empresa de medicina regenerativa com sede em Blacksburg, no estado americano da Virgínia. O animal tinha 10 modificações genéticas, sendo que quatro genes foram eliminados ou inativados, incluindo um que codifica uma molécula que causa uma resposta agressiva de rejeição humana. Um gene de crescimento também foi inativado para evitar que o coração do porco continuasse a crescer depois de implantado, disse o médico Muhammad Mohiuddin, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Maryland. Além disso, seis genes humanos foram inseridos no genoma do porco doador — modificações destinadas a tornar os órgãos suínos mais toleráveis ao sistema imunológico humano.

Redação com jornal O Globo / Foto: Divulgação Faculdade de Medicina da Universidade de Maryland